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sábado, 21 de janeiro de 2012

Durante a gestação, mãe tem menos de nove meses para arcar com muitas despesas.

A chegada de um bebê transforma a vida de qualquer família: a partir do momento em que se descobre a gravidez, são menos de nove meses para conciliar uma infinidade de emoções com muitas novas despesas. Embora o período da gestação pareça suficiente para tantas providências, cuidar dos preparativos sem planejamento pode resultar em correria e desconforto nos últimos meses de espera.

Então fui atrás de um passo-a-passo para ajudar a planejar as despesas e tarefas e evitar que a criança chegue ao mundo em um lar endividado. O primeiro passo é organizar uma lista de afazeres. O que precisa ser feito durante o período da gestação para deixar tudo pronto para a chegada do bebê?

Abaixo, confira as dicas de especialistas:

 Planeje suas compras
Poucos eventos são mais marcados pela emoção do que o nascimento de uma criança; principalmente quando a mãe experimenta a gravidez pela primeira vez. Apesar disso, é importante não deixar que a felicidade dos pais estreantes seja a principal orientação na hora de fazer as compras para o bebê.

“Muitas vezes os pais se deixam levar pela alegria do momento e compram bem mais do que o necessário”, diz o professor Marcos Crivelaro, professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

 Coloque tudo no papel
Ver a lista de todas as tarefas que envolvem a espera vai ajudar você a se planejar e evitar a ilusão de que tudo poderá ser resolvido na última hora.

“O ideal é que não sobre trabalho pesado para os últimos meses, como andar pesquisando preços. Nessa fase a mulher já pode estar com a barriga maior, mais inchada, e fica menos confortável”, diz o consultor financeiro Alexandre Lignos, da IGF Consultoria. 

O conselho vale também para todo tipo de esforço físico: mudanças de móveis e pintura no quarto não devem ser deixadas para os momentos finais. Reserve os 8º e 9º meses para relaxar e curtir a gravidez.

 Compre primeiro itens “neutros”
Comprar todas as roupas sem saber o tamanho, o sexo, ou o clima em que viverá o bebê que você está presenteando pode ser arriscado. A figurinista Fernanda Possani, 32 anos, não teve chance de usar as roupas para recém-nascidos (RN) que comprou para o filho Nicolas, hoje com quatro meses de idade: ele já nasceu vestindo tamanho P.

“Recém-nascidos ganham peso rapidamente e perdem muitas roupinhas. Evite comprar os tamanhos RN, compre mais P e N”, diz Lignos. Menos arriscado para comprar nos primeiros seis meses de gravidez são itens neutros, como móveis e roupinhas básicas.
 Em vez de comprar, reserve dinheiro
Na avaliação do consultor financeiro, sacrificar outros gastos e juntar 15% da renda mensal até o sexto mês da gestação é mais vantajoso do que fazer apenas pequenas compras. Para isso, é preciso colocar todos os gastos no papel.

Lignos fez uma simulação de como organizar o orçamento para uma família com renda de R$ 2.500. O primeiro passo é saber para onde vai o dinheiro:

Renda: R$ 2.500
Gastos fixos: R$ 1.500 (60%)
Diversão/roupas: R$ 375 (15%)
Emergências: R$ 250 (10%)
Despesas variadas: R$ 375 (15%)

“Para não estourar o orçamento com a chegada do bebê, os pais precisam cortar os gastos em algum lugar. Nesse exemplo da simulação, a alternativa é cortar os gastos com diversão e roupas”, explica Lignos. Se juntar R$ 375 por mês, o casal terá R$ 2.250 em seis meses; com dinheiro para comprar à vista, é possível conseguir desconto em muitos dos itens mais caros, como berço, carrinho, etc “, diz.

E como fugir da imensa vontade de começar a comprar roupinhas que os pais sentem ao receber a notícia da gravidez? Não a elimine, apenas controle. “Em vez de comprar três roupinhas, compre uma e guarde o dinheiro de duas para mais tarde”.

 Conte com o chá-de-bebê
Deixe para fazer a maior parte das compras para a criança depois que você fizer o chá-de-bebê, evento em que a grávida reúne amigos e parentes que contribuem com um presentinho previamente solicitado. Assim, você tira da lista de compras os itens que já ganhou de presente e tem tempo para se concentrar no que ainda está faltando.

A reunião deve acontecer no máximo por volta do sexto mês, para não deixar tudo para a última hora.

Para planejar o evento, pense nas opções: você pode pedir fraldas ou itens mais baratos do enxoval, como pagãos, macacões e camisetas. Só tenha cuidado com os preparativos da reunião; se ela sair muito cara, perde-se o objetivo de economizar. “Na gravidez da Fátima, minha primeira filha, o que eu gastei de alimentação na festa foi o mesmo que eu gastaria na compra dos presentes que eu ganhei”, diz Fernanda.

Já a paranaense Marília Bittencourt Mercer, 25 anos e grávida de quatro meses, diz que vai comprar as roupas e os móveis para o bebê só depois do evento, no fim do ano. “Vou fazer o chá-de-bebê até no máximo no sexto mês. Depois compro o que não ganhar”, diz.

 Priorize gastos com saúde
Garantir atendimento médico deve ser prioridade para a gestante – segundo o consultor financeiro Alexandre Lignos, os custos com parto podem chegar a R$ 8 mil. Depois que a mulher já está grávida não dá tempo para contratar um plano de saúde: a maioria tem pelo menos dez meses de carência para parto.

Se os pais já têm a cobertura de um plano, alguns itens devem ser verificados: quanto você paga hoje por ele e qual seria a mudança neste valor com o nascimento do bebê? O convênio aceita a inclusão de dependentes ou os planos são individuais? Confira os prazos de carência para exames e consultas e verifique se a criança estará inclusa nestes prazos ou se estará sujeita a novas regras.

Se o casal não tiver convênio, segundo Lignos, há também a opção de contratar um plano-maternidade diretamente com o hospital. “Esses contratos permitem o pagamento em várias parcelas sem juros, garantindo assim a hospitalização da mãe e do bebê”. Mas atenção: eles raramente cobrem os honorários médicos.


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